A visão é um dos elementos mais importantes do mundo de relação. Ela permite que você folheie este jornal e leia este pequeno artigo. Na verdade, nossa visão é dependente da reflexão de raios de luz visível nos vários objetos que nos cercam. Como vimos no artigo passado, a luz inclui ondas de comprimento baixo, os raios ultravioleta (de 320 a 400nm), de comprimento médio, a faixa visível de luz (400 a 700nm) e de comprimento alto, o infravermelho (700 a 1100nm). O espectro visível inclui três outros comprimentos de ondas, correspondentes às cores primárias. As cores dos objetos são determinadas pelo tipo de onda visível que refletir. Se um objeto refletir o amarelo e absorver o azul e o vermelho, terá coloração amarela. Se refletir as três, será branco e, finalmente se absorver todas, preto. Em nossa retina temos células especializadas em visão preto e branco, os bastonetes e em visão de cores, os cones. Temos cones para cada cor primária. Assim, o comprimento de onda específico de uma cor "irrita eletricamente" seu cone correspondente. Em seguida a esta irritação há condução do impulso elétrico pelas fibras do nervo óptico com informação da área cerebral occipital e consciência da cor enxergada. Note-se que há transmutação do estímulo luminoso em elétrico. Este fato permite diferenciar a visão externa como atributo de sentido, da visão interna, cerebral. Esta visão cerebral é a via final comum de todos os órgãos do sentido. Se apalparmos um objeto com os olhos vendados, se captarmos um cheiro típico ou se degustarmos um sabor, forma-se em nossa mente uma imagem correspondente tipicamente visual. Visualizamos o vermelho do catchup, simplesmente provando seu gosto, o aguçado corte de uma lâmina, só por apalpá-la e o conhecido rosto de alguém, pela sensação de seu perfume. Nossa vida é, na verdade, um mosaico de painéis de pinturas do mundo real, de afrescos do acervo de nossa memória, de sensações visuais virtuais decorrentes de todas as informações sensoriais e de quadros imaginativos que nossa criatividade vai pintando ao léu de nossa mente fértil e elaborativa. Como num mundo encantado em que tudo ganha vida e cor, estas imagens todas se entrelaçam, se falam, se complementam, dialogam, se modificam e compõem nosso mundo à parte. Neste cosmo particular, cujo colorido é sinônimo da própria existência, somos Picasso, Pietá, Mozart ou simplesmente criança lambuzada de tinta, mas feliz da vida com seu desenho e ocupada enquanto houver pincel molhado ou papel em branco!
terça-feira, 20 de janeiro de 2009
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